quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Cursos para motofretistas só serão exigidos em fevereiro de 2013


Cursos para motofretistas só serão exigidos em fevereiro de 2013

Com poucos profissionais já qualificados no mercado, Contran decidiu adiar cobrança. Demais normas começam a valer neste sábado (4).

Foto: Divulgação/Sest SenatCursos para motofretistas só serão exigidos em fevereiro de 2013
Os motofretistas terão mais tempo para realizar o curso de transporte seguro, determinado pela Resolução nº 350 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran). Todos os profissionais em atividade no Brasil deveriam contar com as aulas no currículo a partir deste sábado (4). Agora, esse requisito só será cobrado em 2 de fevereiro de 2013, conforme publicado no Diário Oficial da União desta sexta-feira (3).

De acordo com nota divulgada pelo Ministério das Cidades, os conselheiros decidiram prorrogar o início da fiscalização sobre os cursos porque a maioria dos condutores ainda não conseguiu se adequar às novas regras. No entanto, as demais normas a respeito de procedimentos e equipamentos, previstas na resolução 356, já serão exigidas (confira arte abaixo). Quem desrespeitar, será multado em valores que variam de acordo com a infração, pode ter o veículo apreendido e registrar pontos na carteira de motorista.

Os motofretistas alegam que não há vagas suficientes nas instituições para a realização das aulas. Para o diretor do Sest Senat de Porto Alegre (RS), um dos primeiros lugares a oferecer o curso no país, Carlos Becker, o problema é que os profissionais deixaram para a última hora. “Aqui na cidade, o Detran estima que existam 12 mil motofretistas. Mas desde que passamos a ofertar o curso, em agosto de 2010, no máximo 1.300 pessoas nos procuraram. Nos últimos três meses, a demanda subiu bastante, e estamos com oito turmas em andamento e mais de quarenta turmas fechadas para as próximas semanas, com vagas só para outubro”, relata à Agência CNT de Notícias.

O curso de transporte seguro, com aulas práticas e teóricas, tem o intuito de conscientizar os motociclistas visando a redução de acidentes no trânsito. “É isso que estamos nos propondo a fazer, mudar o comportamento deles. Além do mais, com essas novas exigências, acredito que o número de profissionais vai ter uma redução bastante significativa. Isso porque os aventureiros, os amadores, aquele cara que, por exemplo, trabalha no escritório durante o dia e depois pega a moto dele para fazer entrega, ele não vai mais se arriscar. Ou vai fazer de forma profissional ou vai deixar de fazer”, afirma Becker.

Segundo a nova decisão do Contran, os cursos poderão ser promovidos pelos Detrans, unidades do Sest Senat, Centros de Formação de Condutores (CFCs) e por entidades de ensino, desde que comprovada a capacidade técnica necessária, de forma presencial ou por ensino à distância (semi-presencial).
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Para fazer o curso, procure a unidade do Sest Senat mais próxima. Acesse o site ou entre em contato pelo telefone 0800-728 2891.

Confira a entrevista, na íntegra, com o diretor do Sest Senat de Porto Alegre (RS):

Com essa prorrogação da exigência do curso para o ano que vem, 
será possível qualificar todos os profissionais?

É uma decisão lamentável do Contran. Esta já é a terceira prorrogação. O que observamos é que, quando está próximo do início da fiscalização, as matrículas no curso aumentam. Agora, por exemplo, estamos com oito turmas em andamento e mais de quarenta turmas fechadas para as próximas semanas, com vagas só para outubro. Quem não se inscreveu, infelizmente vai deixar para o fim do ano, para a última hora. A recomendação é procurar as instituições desde já para fazer o curso o quanto antes.

Como é o curso? 
O curso tem aulas teóricas e práticas. Ele não é para ensinar o cara a andar de moto, é para qualificar e mostrar pra ele como ele deve agir, até porque as exigências são ter no mínimo 21 anos e possuir carteira há pelo menos dois anos. Ele vai vir aqui para saber qual a melhor forma de agir no trânsito com segurança para ele, para outros motoristas e para pedestres.

Em dois anos, apenas 1.300 dos 12 mil profissionais estimados em Porto Alegre participaram das aulas. Qual a percepção deles sobre o curso?
Eles chegam com todas as restrições possíveis, acham que estão perdendo tempo, mas quando fazem o curso, 95% saem mais conscientes. É um fator interessante, observamos todos falando do que aprenderam e do quão positivo o curso é. Dá  resultado sim, a gente sente que ele sai com uma visão diferenciada, bem diferente da que possuia na hora em que chegou.

Aerton Guimarães
Agência CNT de Notícias

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