A partir de fevereiro do próximo ano, as revendedoras de gás de cozinha ficarão proibidas de fazer a entrega do produto em cima de motos. Os botijões só poderão ser transportados dentro de triciclos do tipo semi reboques, que deverão ser acoplados às motocicletas. A determinação é do Conselho Nacional do Trânsito (Contran), que prorrogou por três vezes o início da vigência da norma. Apesar de faltar cinco meses para a determinação entrar em vigor, mais de 60% dos revendedores paraibanos ainda não adquiriram os semi reboques, segundo o presidente do Sindicato dos Revendedores de Gás GLT do Estado, Marcos Bezerra. Ele conta que, dos quase 400 estabelecimentos que atuam na Paraíba, apenas cerca de 160 possuem os triciclos. O principal motivo dessa quantidade reduzida é a resistência dos empresários em atender à norma. “Eles acham que o início da norma será prorrogado outra vez e apresentam muitos argumentos para não comprar os triciclos. Mas esquecem que essa medida vai gerar mais segurança. Estão tardando a compra dos equipamentos e poderão enfrentar problemas em fevereiro, quando a norma começar a valer”, salientou. O principal motivo alegado pelos comerciantes para a demora na aquisição dos triciclos é o valor cobrado. Dependendo do modelo e tamanho, o material custa entre R$ 2 mil e R$ 3,5 mil. Ainda precisam ser emplacados e terem as devidas taxas pagas junto ao Departamento de Trânsito da Paraíba (Detran/PB). Outra dificuldade é o local de compra desses produtos. Segundo Marcos Bezerra, João Pessoa já dispõe de franquias de fabricantes dos semi reboques. No entanto, o equipamento não é fabricado na Paraíba, mas sim em Rondônia. Da encomenda até o recebimento do triciclo, a demora gira em torno de 20 dias. Mesmo assim, o sindicalista acredita que o tempo gasto e o valor investido são recompensadores. “A norma não surgiu à toa. Antes dela ser criada, o governo fez estudos e constatou que o transporte de gás de cozinha sobre motos representava um risco para a população. Além de gerar mais segurança, a compra antecipada dos triciclos poderá evitar multas e outras penalidades decorrentes da fiscalização que, certamente, será intensa a partir de fevereiro”, completou Marcos Bezerra. Segundo o promotor dos Direitos do Consumidor, Glauberto Bezerra, já foi concedido prazo de mais de um ano para que os vendedores se ajustassem à norma. Por isso, não haverá tolerâncias. A partir de fevereiro, apenas os revendedores que possuem reboques poderão trabalhar entregando os botijões de gás e de água mineral. Quem for pego transportando os produtos sobre motos será multado e terá a mercadoria apreendida. As fiscalizações ficarão sob a responsabilidade doDetran/PB e do Corpo de Bombeiros.